quinta-feira, 16 de abril de 2009

Tratamento do Câncer de Pâncreas

O câncer de pâncreas é uma doença de muito difícil controle. A doença pode ser curada tão somente se diagnosticada em fase precoce. No entanto, mesmo em fases mais avançadas, o tratamento adequado promove considerável melhora na qualidade de vida dos pacientes através do controle dos sintomas e complicações da doença.

É essencial que o tratamento do câncer de pâncreas seja conduzido por uma equipe médica multidisciplinar que inclui cirurgiões, oncologistas clínicos, radioterapeutas, endocrinologistas dentre outros especialistas. A correta escolha do tratamento depende do tipo de câncer, da localização e tamanho do tumor, da extensão (estadiamento) da doença, idade e condição clínica do paciente. Tumores que se originam nos ductos pancreáticos podem ser tratados por cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou com a combinação destes métodos, de acordo com a situação clínica. Tumores das ilhotas pancreáticas podem ser tratados por cirurgia ou quimioterapia.

Sintomas do Câncer no Pâncreas

O câncer de pâncreas é mais conhecido em todo o planeta como uma doença silenciosa porque raramente causa sintomas precocemente. Muitas vezes, quando os sintomas aparecem, são vagos e inespecíficos sendo freqüentemente ignorados. Por essa razão é difícil o diagnóstico precoce desses tumores. Via de regra, ao diagnóstico, já se encontram extensões extra pancreáticas da doença.

A sintomatologia depende da exata localização e tamanho do tumor. Se o tumor encontra-se na cabeça do pâncreas pode bloquear o ducto biliar comum impedindo a bile de passar para o intestino. A pele e os olhos assumem uma coloração amarelada, a urina torna-se escura e as fezes claras. Essa condição é chamada de icterícia.

Com o crescimento do tumor, freqüentemente surge quadro de dor, com intensidade variável, no abdomen superior que, algumas vezes, irradia-se para o dorso. A dor pode piorar após alimentação ou ao deitar (decúbito dorsal). O câncer de pâncreas também pode ocasionar náuseas, inapetência, perda de peso e fraqueza.

Nos tumores de ilhotas pancreáticas os sintomas estão relacionados à maior produção dos hormônios pancreáticos causando, por exemplo, sintomas de hiper ou hipoglicemias severas.

Fatores que aumentam o risco de desenvolver Câncer de Pâncreas


  • Fumar
  • Antecedentes familiares de câncer pancreático, mamário e/ou melanoma
  • Dieta com abundante gordura e carne
  • Idade entre os 60 e 80 anos
  • Mais frequente em homens que em mulheres
  • Mais frequente em Afro- e asiático-americanos e caucásicos
  • Diabete
  • Exposição a carcinógenos como asbestos, pesticidas, tinturas e derivados do petroleo
  • CÂNCER DE PÂNCREAS


    O câncer de pâncreas já ocupa a terrível marca de quinta causa de morte por tumor maligno em USA. Não somente é uma afecção comum senão que é muito difícil de tratar pelo qual se lhe conhece como "O repto do século 21".

    A resección cirúrgica é atualmente a única possibilidade de cura que existe. A radioterapia e a quimioterapia são alternativas para quem não podem ser operados, mas não são igualmente efetivas.

    Como sucede com a maioria de tumores malignos, os sintomas não aparecem até que o tumor cresce o suficiente para alterar as funções dos órgãos próximos, neste caso o fígado, estômago, o colédoco, etc. No entanto muitas vezes se apresentam sintomas vadios que são ignorados por não os considerar importantes.

    Um dos grandes problemas é que pela vacuidade dos sintomas do câncer pancreático faz que o enfermo não confira oportunamente ou que se consulta, seja submetido a incontáveis exames inúteis antes de efetuar um diagnóstico preciso, perdendo assim tempo valioso.


    Dentre os primeiros sintomas são usualmente dor abdominal que pode irradiar-se ou não às costas e perda de importância que é mal perceptível num começo. Como estes sintomas são usualmente atribuídos "ao cólon" e a " estresse", os enfermos recebem tratamentos paliativos lsin utilidade real alguma e as possibilidades de cura se reduzem proporcionalmente ao mesmo tempo em que passa antes de fazer o diagnóstico. Ocasionalmente, devido a obstrução biliar secundária, a pele se torna amarela, e costuma diagnosticar-se erroneamente como "demasiado consumo de cenoura ou de outros produtos ricos em carotenos. 

    Pelo mesmo motivo, pode aparecer prurito (rasquiña) que é equivocadamente atribuída a alergia, demorando ainda mais o diagnóstico. Igual sucede com as nauseas e perda do apetite, que costumam atribuir-se a outras origens. A depressão é outro achado frequente em presença de câncer pancreático e que termina tratada com antidepressivos e similares.A indigestão progressiva é outro sintoma tão vadio que quase nunca é tomado em conta.

    Pancreatite mata o ator global Irving São Paulo



    Faleceu dia 10 de agosto de 2006,  o ator Irving São Paulo. Irving tinha 41 nos de idade e estava internado no UTI do Hospital Copa D'or, em Copacabana, desde o dia 31 de julho, em estado bastante grave.
    O laudo do hospital diz que a causa da morte foi falência múltipla de órgãos, em decorrência de uma pancreatite necro-hemorrágica.
    Entenda a Pacreatite
    A pancreatite é uma doença infecciosa do pâncreas e tem acometido muitas pessoas, inclusive alguns artistas. Ela pode ter diferentes causas, entre elas as conhecidas pedras na vesícula, a ingestão de bebidas alcoólicas e há também pessoas cujo organismo é propenso a desencadear a doença. Conversamos com o Clínico Geral, Dr. Octavio Pires Vaz, que esclareceu algumas das principais questões que envolvem a doença.
    OFuxico - O que é pancreatite?
    Dr. Octávio Pires Vaz – A pancreatite é uma infecção do pâncreas.

    OF - Quais as causas?
    Dr. OPV - Hoje a principal causa é cálculo na vesícula (quando o cálculo sai da vesícula e vai para intestino, pelo canal que sai do pâncreas). Também podemos citar outras causas como bebida alcoólica, que representa 80% dos casos de pancreatite nos países desenvolvidos. Alguns medicamentos podem determinar a doença, como por exemplo, diuréticos, estrogênios, antibióticos, quimioterápicos, analgésicos como acetaminofen. Também temos como causas as infecções causadas por parasitoses, mordida de bichos como o escorpião, trauma e algumas coisas que são auto-imunes, ou seja, que o próprio organismo determina que podem ser hereditárias ou de causas desconhecidas.
    OF - Quais os sintomas?
    Dr. OPV - Normalmente o principal sintoma é uma dor abdominal muito forte e insuportável. Ela é classificada como uma das dores mais fortes na medicina, seguida pelas dores da pericardite e do cálculo renal. Ninguém que sinta esta dor consegue ficar em casa e não buscar auxílio médico, pois o indivíduo fica incapacitado de qualquer coisa, o abdome cresce, o coração acelera e, se for secundária à vesícula, o sintoma é igual ao da pedra na vesícula.
    OF - Quais os exames que podem diagnosticar uma pancreatite?
    Dr. OPV– São os de sangue, que fazem uma caracterização do estado geral do paciente. Há os principais que determinam a dosagem de amilase e lípase, principais enzimas que caracterizam a pancreatite. Em relação ao estudo de imagem, faz-se três principais: um ultra-som abdominal, uma tomografia computadorizada e uma ressonância nuclear magnética.


    OF - Há como prevenir esta doença?
    Dr. OPV - A prevenção, quando é alcoólica, é fácil: basta não beber. Se tem pedra na vesícula, deve-se ter critérios para saber a necessidade de retirar ou não a vesícula. No mais, não há prevenção. Se um remédio tem relação colateral, isso seria um risco calculado. Toda vez que um médico receita um tratamento, ele tem de saber os riscos em relação ao remédio. O médico deve ponderar: se o risco da doença for maior que o risco de um procedimento médico, deve-se fazer o procedimento médico. Se o risco da doença for menor que o procedimento médico, então não deve-se partir para o procedimento médico. Por exemplo, se uma pessoa tem apendicite aguda, tem de ser operada, senão vai morrer. Mas se com este quadro ainda se descobre através de um exame que o paciente tem cálculo na vesícula e não sente nada, não se opera a vesícula então, pois o risco é pequeno.
    OF - Quais os cuidados de uma pessoa diagnosticada com a doença deve ter?
    Dr. OPV - No momento em que a doença se instala, não tem como interromper, é um ciclo onde a própria doença se auto-limita. Nesta doença, 80% das causas são consideradas leves: o indivíduo sente dor, é internado, hidratado com soro e medicamentos. Eventualmente é operado e fica bem. Os demais 20% tem um curso imprevisível, onde a inflamação destrói o órgão internamente, ou seja, há a necrose do pâncreas. Essa inflamação cresce e atinge outros órgãos como rins e coração, o que leva a pessoa à morte por falência múltipla dos órgãos.
    OF – Há uma maneira de controlar isso?
    Dr. OPV – Infelizmente, não há controle dessa infecção. O que se faz é cuidar. Por exemplo, se o rim pára, faz-se a diálise, se o pulmão fica ruim, interna-se e vai fazendo um controle, se o coração dá problemas, vai se tratando. Tudo isso até que o próprio pâncreas melhore e, daí então, tudo volta ao normal.
    OF – Como se avalia cada paciente?
    Dr. OPV – Os critérios médicos para admitir um paciente: mais ou menos dá para prever qual será o curso desta doença. Segue-se os critérios do grupo Ranson, dos Estados Unidos. Dr. Ranson tem um trabalho publicado em 1974 e, de lá pra cá, surgiram outras formas de avaliação, tudo em função de dados e medidas de alterações que o doente apresenta na entrada no hospital. Por exemplo, se o motivo for alcoólico e o paciente tiver mais de 55 anos, já tem um ponto; se a contagem de glóbulos brancos for acima de 16 ml/mm3, ganha um ponto a mais. Quanto mais pontos acumular, mais riscos de complicações ocorrem. Se tiver uma dosagem de glicose acima de 200mg/100ml também tem risco maior. Há 11 parâmetros analisados. Se o indivíduo tiver entre 7 ou 8 confirmações destes parâmetros, a mortalidade é de 90%. Se tem entre 3 e 4 desses parâmetros, a mortalidade varia entre 15% e 50% . Se avaliação do doente logo na admissão é com muitos pontos negativos, o médico já sabe se o prognóstico é bom ou não, ou seja, sabe qual é a porcentagem de sobrevivência. Este método é usado para nortear o tratamento.
    OF - É necessário repouso quando se tem uma pancreatite?
    Dr. OPV – Repouso não, a pessoa tem de ser internada. Uma vez diagnosticada a pancreatite, deve ficar internado em uma UTI, onde o tratamento é maior e, de alguma maneira, tenta-se evitar que o organismo e a saúde sejam abalados por inflamação do pâncreas.
    OF – Quais os tipos, conseqüências e tempo de internação de cada caso de pancreatite?
    Dr. OPV – Existe a aguda leve, cuja causa é o cálculo na vesícula e a internação dura pelo menos 5 dias, até que as enzimas (amilase e lípase) voltem ao valor normal. Se o indivíduo é operado por videolaparoscopia*, fica entre 7 a 10 dias internado. Já a aguda grave (que cai nos 20% de risco que já comentei acima), ninguém fica menos de um mês internado, podendo chegar até a 90 dias, às vezes com múltiplos procedimentos cirúrgicos. A necro-hemorrágica vem da aguda grave, com necrose e hemorragia. É a forma grave e que mais mata. A aguda leve é associada ao cálculo vesicular ou à ingestão de álcool limitada, por exemplo, a pessoa saiu, comeu, bebeu além do que deveria e passa mal, sente dor. Daí sabe-se que tem uma sensibilidade pancreática e é bom ser moderado.
    OF - Uma vez que a pessoa teve a doença e se curou, ela pode contrai-la novamente?
    Dr. OPV – Veja, se for causada pelo cálculo vesicular, o paciente opera, tira a vesícula e nunca mais contrai a doença. Se for causada pela ingestão de álcool, a pessoa se cura e volta a beber, a doença também voltará. Se for do tipo necro-hemorrágica e a pessoa sobreviver e a causa tenha ocorrido por bebida alcoólica ou medicação, a pessoa para de beber e de tomar o medicamento que causou e não terá mais também. Caso seja adquirida por picada de um bicho, essa pessoa estará vulnerável à doença, se levar a picada novamente.
    OF - Há uma dieta específica?
    Dr. OPV – No caso da aguda não. Quanto à crônica, onde ocorre um déficit na digestão de gordura, a pessoa deve fazer uma dieta onde não se incluam as gorduras.
    OF – O café e a pimenta podem ser uma chave para a pancreatite?
    Dr. OPV - Não conheço um trabalho médico que mostre estes dois itens investigados como causa. Ao mesmo tempo que dizem que o café é um dos responsáveis pelo câncer do pâncreas, dizem que tomar uma xícara do mesmo por dia é bom para a saúde.
    OF - Há um período do ano em que a doença se manifeste mais?
    Dr. OPV – Não, para esta doença não há temporalidade.
    OF - Qual a porcentagem de casos por ano?
    Dr. OPV - No Brasil não tenho como dizer nada sobre uma porcentagem. Para se falar de um aumento, dependemos de senso. Posso dar dados em função de doentes meus, mas isso não é o mesmo que os dados da saúde pública. Os dados que encontramos nos livros variam de pessoa por pessoa, por exemplo: se o paciente é homem, bebe acima de 175 gramas por dia, e faz isso por mais ou menos 18 anos tem maior risco. Se é mulher e bebe a mesma quantidade, porém num tempo entre 11 e 18 anos, ela corre risco. Isso é individual. Da mesma maneira que uma dieta de alta proteína, você tem risco um pouco maior. Estes são dados de dieta.
    OF – Qual seu conselho aos leitores?
    Dr. OPV– Um conselho à população geral e, principalmente aos artistas e repórteres que  tem uma vida corrida e, às vezes, sem muitas regras, é de que se descobre ou suspeita ter algo na vesícula, a melhor coisa a fazer é procurar um médico para se consultar, fazer seus exames e detectar a doença logo de início. Se ouvir uma opinião e não acreditar, que procure mais uma opinião. Se elas forem iguais, siga o tratamento, caso sejam divergentes, busque mais uma opinião e tire todas suas dúvidas.  Aconselho ainda a não se auto-medicar de maneira alguma nem achar que tem conhecimento e controle sobre a doença. Isso vale para qualquer doença.
    Pâncreas
    O pâncreas é uma glândula de aproximadamente 15cm de extensão que se localiza atrás do estômago e entre o duodeno e o baço. Ele possui duas funções: produzir enzimas para digestão dos alimentos e controla o nível de açúcar no sangue.