O vírus da febre amarela, quando transmitido ao humano pela picada do mosquito infectado, dissemina-se pelo organismo, causando, inicialmente, sintomas típicos de qualquer outra virose. O desenvolvimento da doença depende da reação do corpo ao parasita, que varia de acordo com o sistema imunológico de cada indivíduo. Casos graves da doença podem levar o paciente a óbito; em outros, há recuperação completa do quadro clínico. O professor Amaro Nunes Duarte Neto, infectologista e patologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica o processo patológico da doença.
Na maior parte dos casos de febre amarela, o tratamento é bem-sucedido. Em 5% deles, porém, o quadro clínico é grave, com sérias lesões e hemorragias, segundo o professor. O fígado é o órgão mais afetado, o que leva a distúrbios na coagulação sanguínea e na circulação cerebral e intestinal. Assim, o quadro pode evoluir com alterações no nível de consciência, pancreatite aguda e disseminação de bactérias intestinais por todo o organismo. Nessas situações, a reversão do quadro é mais complicada.
A febre amarela nunca foi extinta, mas era considerada uma doença “sob controle”, em razão dos programas de vacinação da população. O novo surto exigiu da comunidade médica um “reaprendizado”, um retorno à literatura e novas pesquisas.
Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
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