Se você acha engraçadinho quando o seu cachorro ou gato “pede” um pedacinho do chocolate que você está comendo e acaba cedendo aos encantos dele, cuidado. Esse hábito pode ser prejudicial e causar alergias e intoxicações ao animal, levando até à morte em alguns casos.
Isso porque o cacau possui uma substância chamada teobromina, que não é bem aceita pelo organismo dos bichinhos e oferece um alto risco de intoxicação. Ela estimula de forma negativa o sistema nervoso e fluxo sanguíneo dos animais, elevando a temperatura e desregulando o ritmo do coração, o que pode acarretar em uma parada cardíaca.
Além disso, a intoxicação por causa do chocolate pode afetar também os pulmões, rins, provocar vômitos, sede anormal, tremores, hiperatividade e respiração acelerada. De acordo com a médica veterinária Marúcia Cruz, da clínica Mania de Gato, os sintomas são muito similares ao envenenamento e não existe tratamento caseiro.
“Também observamos sinais neurológicos como aumento da pupila, hiperestesia, que é a sensibilidade muito acentuada a estímulos como o toque e convulsões“, explica ela ressaltando que o tratamento só pode ser feito em um hospital.
A quantidade de teobromina varia de chocolate para chocolate, sendo o meio amargo o campeão de concentração. “É importante mencionar que o consumo de chocolate pode levar a quadros de pancreatite e insuficiência renal aguda, com perigo de morte. Os gatos são ainda mais sensíveis”, alerta a médica veterinária Fernanda Niederheitmann, da Clínica Veterinária Curitiba.
Não existem níveis seguros para o consumo, porque além da intoxicação (que ocorre em diferentes níveis de intensidade, pois se considera a quantidade ingerida, o tamanho do animal e o tipo de chocolate), a sobremesa pode causar obesidade, problemas na dentição e até mesmo diabete.
Tratamento
Caso o animal tenha sido intoxicado pelo chocolate (os sintomas costumam aparecer entre 6 e 12 horas após a ingestão), o tratamento acontece com internação para fluidoterapia, controle de vômitos e até mesmo sedação para interromper o efeito estimulante da teobromina. Ou seja, a atitude mais segura é sempre a prevenção.
Chocolate para pets
Apesar de os bichinhos não poderem consumir os mesmos chocolates que os humanos, há algumas opções disponíveis no mercado que “imitam” a guloseima de Páscoa. Segundo as veterinárias Tatiana Scheneider e Aline Franciosi, do Hospital Veterinário Intensiva, apenas um médico veterinário pode indicar qual petisco pode ser consumido pelo animal. “Os petiscos próprios para cães podem ser utilizados em qualquer época para agrado ou recompensa de treinamento, porém não faz falta dentro de uma alimentação balanceada”, explica.
A principal diferença do chocolate que comemos para o que podemos dar aos bichinhos é o cacau, completamente retirado dos petiscos deles. O fruto é substituído por flocos de milho, arroz, soja, aveia, trigo, vegetais e frutas variados, carnes e muitas vitaminas e minerais. O mercado foi bastante criativo na elaboração de produtos para os pets, como bombons, os ossinhos e até uma versão de bolacha wafer.
Para poder curtir a Páscoa junto de seus bichinhos, alguns tutores substituem o chocolate por frutas e verduras que geralmente não fazem parte do dia a dia da alimentação do animal. A prática não é proibida, mas as veterinárias recomendam que “não se deve alterar a alimentação de maneira abrupta. Quando são petiscos próprios e saudáveis em quantidade moderada não há problema, o que pode ser inadequado é oferecer carnes gordurosas, pedaços de osso, doces, alimento condimentado, etc”.
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